sábado, 14 de dezembro de 2013

Como você quer renascer em 2014

A cada fim de ano ouvimos alguns comentários típicos, tanto de pessoas crentes quanto descrentes do que o Natal e a virada do ano significam.

Tem gente que diz "Uma verdadeira bobagem. Entra ano, sai ano, as pessoas pulam ondas, vestem roupas da cor tal, pedindo coisas que não têm, como se isso fosse mudar alguma coisa."

Ou então "É um momento puramente comercial. As pessoas saem às ruas desesperadas à procura de presentes e não estão nem aí para o significado disso". E o Reveillon pode render uma boa balada...

Ainda, "Pura hipocrisia. O ano todo destrata gente, faz bobagem e agora vira bonzinho".

Há aquelas que, em contrapartida, trazem consigo lembranças agradáveis de um encontro familiar ou entre amigos, desde a confecção dos quitutes até a distribuição dos presentes. E que realmente acreditam que o ano seguinte será um ano melhor.

Podemos concordar, enfim, que positivamente ou não, cada um tem uma opinião em relação às datas de dezembro que não "saem batido" do pensamento de ninguém.

E cada uma das opiniões têm seu fundo de verdade. Até porque se referem às experiências vividas por cada indivíduo ao longo da nossa história, estendida de geração a geração.

Por isso faço aqui o seguinte convite à reflexão: pensemos no que tradicionalmente estas datas representam. Ambas destacam um aspecto comun: o Renascimento. E qual a finalidade disso?

Bem, nós vivemos no mundo das formas, onde criamos padrões de medida cronológica, não é mesmo? Dividimos o tempo em anos, meses, horas, segundos e por aí vai... Isso serve para nos auxiliar a nos situar neste mundo, composto, segundo conceitos criados por nós, de espaço e de tempo.

Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o Renascimento. Respondo... Todos os dias a natureza nos oferta o ensinamento de que vivemos constantemente ciclos; os ciclos do dia e da noite, os ciclos das luas e por aí vai. Logo, todos os dias presenciamos o Renascimento.

Acontece que pouco damos bola para isso, não é verdade? Acordamos na segunda esperando pela sexta, sem pararmos para pensar que é uma dádiva o que vivenciamos em cada dia da semana, com tudo de agradável e desagradável que experienciamos.

Sim, porque somos convidados a todo momento a experienciar. Sejam nossos pensamentos, nossas emoções e nossos comportamentos. Um verdadeiro laboratório de si mesmo. Mas quantos de nós fazemos isso no dia-a-dia?

Para isso existem os rituais. A tradição natalina e a ceia da "virada"não deixam de ser um ritual. Ou seja, um momento em que, enquanto preparamos o ambiente para aquela celebração podemos refletir sobre o que representa. Tudo que foi construído ao longo do ano, quais são os anseios para o próximo, o que precisa melhorar, o que já conquistou etc.

Claro, se ficarmos apenas nos queixando e nos vitimizando dizendo como o ano foi bom ou ruim para si, como se o ano fosse um sujeito muito bondoso ou um carrasco que está ali só para te felicitar ou infernizar, realmente, de nada adianta ritual nenhum.

Contudo, se você tem a consciência de que a mudança está em você, então o exercício da reflexão é muito válido. E quanto mais pessoas se encontram nesta sintonia, maior a fluidez dos pensamentos e sentimentos. Por isso geralmente consegue-se extravasar com mais facilidade os sentimentos de amor, compaixão e fraternidade nesses momentos.

Mas podemos fazer isso ao longo do ano inteiro, lembrando que a cada dia há a possibilidade de Renascer.

Então, deixo aqui registrado os meus votos de que cada um, no seu momento de reflexão, estude a si mesmo. Acolha a si mesmo (as dores, as fraquezas - sim, temos fragilidades, as desilusões, as carências) e, ao fazê-lo, deixe emergir toda a potencialidade universal que há dentro de si (os sentimentos mais nobres, o amor por si mesmo, a compaixão, o perdão, a responsabilidade, a alegria de viver - lembrando que viver é um risco). E, renovado, siga a jornada sem fim.

 Seja bem-vindo no novo nascimento!



 Com amor e gratidão,


Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
Terapeuta complementar

Atendimento com hora marcada:
(21) 8872-7799
Estrada de Jacarepaguá 7221 Sala 508 Freguesia RJ


 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

"A autorrealização do Ser"

De Tao veio o Um.
Do Um veio o Dois.
Do Dois veio o Três.
E o Três gerou os Muitos.
Toda a vida surgiu da Treva
E demanda a Luz.
A essência da vida engendra
A harmonia das duas forças.
Nenhum homem quer ser solitário
Abandonado e insignificante
Reis e príncipes se dizem ser assim
Porque sabem do mistério:
Que o inconspícuo será exaltado
E o importante decairá.
Por isto, ensino também eu
O que outros ensinavam:
Quem age egoicamente
Está morto
Antes de morrer.
É este o ponto de partida da minha filosofia.
                                                         (Lao-Tse)

Há inúmeras textos e artigos que discorrem inclusive academicamente sobre o tema autorrealização. Optei, contudo, por este, oriundo da filosofia oriental, por ser tão antigo (6 a.C) e ao mesmo tempo tão contemporâneo. 

Cabe aqui uma breve explicação sobre suas linhas iniciais, embora não sejam o enfoque do presente escrito. A filosofia oriental entende que o Tao seja, em síntese, a combinação das infinitas possiblidades de criação do Universo. A partir dele, surge o Um, representado pelo mundo das formas, do material, cuja relação com o mundo das possibilidades, gera o Dois. É a criatividade em ação na matéria, cuja união gera o Três. A vida manifesta, que gera vida, sucessivamente.

Observemos a proposta do autor quanto à dualidade Treva e Luz a partir da ideia da gestação. A vida que há dentro do útero se desenvolve em meio à escuridão que nele há para, então, ser dada à Luz, no nascimento. Ambas são, portanto, polaridades que envolvem uma mesma força: a vida. O mesmo ocorre para todas as outras polaridades que intercedem uma mesma força ou energia: quente e frio, verão e inverno, alto e baixo, e por aí vai...

A imagem em destaque permite perceber algumas polaridades: pequeno/grande, fraco/forte, claro/escuro. (A Gestalt-terapia e a Psicologia Analítica, abordagens da Psicologia, dão grande destaque a esta relação de polaridades ou opostos polares em sua fundamentação) Num primeiro momento, ouso generalizar que nossa tendência habitual é afirmar que a mãozinha enfraquecida é que necessita da mais forte. Isso porque esquecemos de fazer a correlação que existe entre as polaridades. Uma não é sem a outra. Há uma necessidade mútua que mobiliza ambos a estender as mãos e se unir.

Não se trata de um olhar enrigecido do "isso OU aquilo". Mas da integração pelo "isso E, também, aquilo".

Aí está a chave para a autorrealização: o reconhecimento de que Eu sou tão importante e ao mesmo tempo insignificante quanto o não-Eu. É fundamental que olhemos, sim, para o próprio umbigo. Assim como o é olharmos para o que vai além de nós. Neste movimento, somos altruístas ao sermos egoístas E somos egoístas ao sermos altruístas.

Por isso, Lao-Tsé se refere à morte em vida para quem age egoicamente: agir apenas em função do que se espera vir de fora, ignorando todas as potencialidades que existem no próprio Ser é ignorar a possibilidade de deixar viver a totalidade que a nossa essência propõe.

*Texto modificado em 22/02/2014.
Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
Terapeuta complementar

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Amar ao próximo como a si mesmo


Esta frase deve ter sido ouvida por praticamente toda a humanidade, tanto pelos que se afinam com o cristianismo quanto pelos que não.

Há mais de 2.000 anos, segundo os textos bíblicos, fora instituído um mandamento para o homem amar. Um mandamento... para amar.

Isso me faz pensar o quanto desconhecemos, ainda hoje, esse verbo que parece tão familiar e ao mesmo tempo desconhecido; quase um mito, como um pote de ouro no fim do arco-íris.

Talvez tenhamos confundido o real sentido de riqueza. Queremos o ouro, só não atentamos para o fato de que ele não tem forma de bezerro nem é um objeto a ser adorado para que a felicidade bata à porta do coração.

Dois mil anos atrás fora preciso impor ao homem que não matasse; que não roubasse; que não invejasse; que não cobiçasse o que não lhe pertence, que respeitasse.

Crescemos com o que nos foi ditado sobre o que é errado. E então desenvolvemos o processo de educar nossos impulsos. A questão é: nós realmente aprendemos a controlar tais impulsos ou nos condicionamos a repreendê-los? Nós simplesmente decoramos a lição? Ou assimilamos o seu conteúdo?

Buscamos ser bons alunos da vida. Mas que tipo de bons alunos? Aqueles que estudam apenas para tirar nota ou passar de fase? Ou para realmente aprender?

Será que a solução é simplesmente dizer NÃO aos nossos impulsos? Como crianças, eles nos perguntam "Por que não?", fazendo beicinho e batendo o pé no chão, e respondemos "Porque não" ou então "Porque é feio".

Será que o que realmente importa é ficarmos bem na foto? A criança interior, na condição de ser dependente do outro (esse outro inclusive a nossa própria consciência), acaba por engolir a contragosto a resposta sem sentido. Então passa a reproduzir o que lhe foi "ensinado". Até descobrirmos com a própria vida que não é bem assim. E que precisamos de respostas consistentes e coerentes por ter o direito de viver, e não apenas sobreviver.

Por que não dialogar com os impulsos? Por que não dialogar com essa criança que só quer aprender a existir? Aprender inclusive que, para existir, ela precisa do outro assim como precisa da própria vida. Daí a atenção, o cuidado, o respeito. Será que aí não está uma resposta fundamentada?

Será que tanto tempo depois, em pleno Século XXI, nós não somos capazes de refletir e dialogar com nossos impulsos? 

O que é amar, afinal? É seguir indiscriminadamente uma série de regras que nos foram impostas, com a devida funcionalidade, por conta da nossa própria ignorância? É nos mantermos ignorantes simplesmente repetindo o que nos foi repassado de geração a geração sem termos consciência do que escolhemos?

Esse tesouro não é palpável mas é alcançável. 

Como eu sei?? 

Conversando com minha criança interior.

Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
Terapeuta complementar

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Uma terapia não convencional


 Neste fim-de-semana terminei uma leitura muito interessante, do livro lançado em 2012 intitulado As Sessões: Minha Vida Como Terapeuta do Sexo, escrito por Cheryl T. Cohen Greene. Aproveitei o tempo livre para assistir ao filme americano As Sessões, escrito e dirigido por Ben Lewin, lançado no mesmo ano, com base em um artigo escrito por Mark O'Brien, ex-cliente de Cheryl.

A autora do livro conta a sua trajetória pessoal e profissional como terapeuta do sexo. Outra denominação para sua função é a de parceira substituta, pois o seu trabalho consiste em auxiliar o indivíduo, tanto do gênero feminino quanto do masculino, a tornar sua sexualidade funcional, promovendo-lhe melhor qualidade de vida.

Chamou-me a atenção que durante toda a leitura a imagem que construí de Cheryl foi a de uma jovem mulher, não obstante sua narração haver abordado inicialmente sua adolescência e encerrado com a sua idade atual, 68 anos. Talvez tal construção decorra da própria jovialidade presente na sua personalidade. Acredito que a sua percepção a respeito da sexualidade bem como a maneira como lida com ela em sua vida permita tal frescor.  

A vida de Cheryl não foi convencional. Ela própria não é uma pessoa convencional. Quero dizer, apesar de toda convenção social que o entorno (inclusive a família) sustenta, a terapeuta nunca se encaixou nesses paradigmas. Ao nadar contra a correnteza moral, tradicional e religiosa da cultura especialmente do Ocidente quanto à sexualidade, sua luta pela individuação e realização enquanto ser, não foi fácil. Resultou, inclusive, em marcas no próprio corpo pela batalha contra o câncer.

Considero a leitura rica porque certamente suscita no leitor inúmeros conflitos internos em função das tais convenções mencionadas no parágrafo anterior e, consequentemente, dos preconceitos que carregamos em nossa bagagem, repleta de heranças que são repassadas de geração a geração.

Tal preconceito é nítido quando se questiona a prática do seu trabalho, visto que Cheryl atua  no exercício propriamente dito da sexualidade. Em suma, sua atuação consiste em encontros de até seis sessões em que gradualmente é estabelecido um rapport (termo utilizado para definir a capacidade de estabelecer uma relação de confiança que permita uma evolução no processo terapêutico) com o candidato à terapia, indicado por um psicólogo ou sexólogo. Isso inclui uma entrevista sobre a questão a ser trabalhada, exercícios de respiração para o equilíbrio entre o corpo e a mente (de modo a controlar a ansiedade), exercícios de percepção corporal e a prática do sexo de acordo com a demanda terapêutica.

Não raro é comparada a uma prostituta. Como se essa profissão fosse indigna de respeito. Mas esse debate não cabe neste texto. De todo modo, a terapeuta explica que uma das diferenças entre uma parceira substituta e uma prostituta é que o objetivo da primeira é que o cliente não necessite do seu auxílio ao término da terapia, ao contrário da segunda, que deseja mantê-lo como cliente. Como todo trabalho terapêutico, o do terapeuta do sexo tem a finalidade de oferecer ao cliente recursos que lhe permitam romper padrões de comportamento limitantes, e viver de maneira mais plena e, assim, saudável.

Outro aspecto que, ao meu ver, permite compreender o caráter terapêutico de sua atuação, feita com o devido profissionalismo e ética, é o que se exige de todo terapeuta, seja no campo da Psicologia ou em qualquer outro: o exercício da COMPAIXÃO. Não fosse essa virtude, não poderíamos de forma alguma auxiliar alguém a se promover o bem-estar, pois nos levaríamos pelo julgamento do outro e de suas ações em substituição à compreensão e entendimento da forma como conduz a vida.

Aliás, muitos dos nossos sofrimentos psíquicos ocorrem em função do julgamento ou da idea dele. Tememos ser nós mesmos, tememos ser julgados. E, se nos descuidamos, criamos uma imagem muito difícil de manter e, por isso, geradora de muita dor e infelicidade.

A sexualidade tem uma relação estreita com a personalidade. Ela está em nosso corpo, em nossa mente, na afetividade, nas emoções. A sexualidade corresponde à intimidade propriamente dita. Em outras palavras, quando se trata da sexualidade é difícil se esconder.

Por esta razão, penso no quanto necessitamos urgentemente exercitar a compaixão por nós mesmos e, assim, pela nossa sexualidade. Através do desenvolvimento da escuta sincera e verdadeira do outro, seja esse outro o seu corpo e suas necessidades, o seu coração e seus anseios, ou os de uma outra pessoa, desenvolvemos a compaixão que há em nós e nos libertamos do julgamento.

Infelizmente, atualmente há poucos terapeutas do sexo atuando nos EUA (parece que em torno de 40 profissionais, homens e mulheres). No Brasil nem sei se existe essa profissão. Uma pena, pois é uma potente ferramenta à qual poderíamos recorrer no campo da sexualidade e, portanto, no campo da vida.  


Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

SHIATSUTERAPIA


“TOQUE PARA EQUILIBRAR A ENERGIA VITAL QUE CIRCULA NO CORPO”



Apesar de ser originário da China, foi no Japão que o Shiatsu se tornou a terapia corporal do modo como é conhecido hoje. Ideal para tratar dores no pescoço, costas e joelhos, stress e tensão emocional, é executada com os polegares (com os dedos em geral) e com a palma das mãos. 

Seguindo os mesmos princípios da Acupuntura, pressionam-se pontos que ficam ao longo dos meridianos (canais energéticos), visando reequilibrar a energia vital que circula pelo corpo e estimular sua resistência às doenças. “A ênfase é na saúde e não à doença”.

Shiatsu é derivada do japonês e quer dizer “pressão dos dedos” (shi significa “dedo” e atsu “pressão”).

Essa terapia é baseada na Medicina Oriental, que acredita que da mesma forma que o homem recebe uma energia da terra, YIN, também está relacionado à energia do cosmos, YANG.

Para o Shiatsu, os pontos doloridos no nosso corpo são, portanto, resultado do desequilíbrio entre esses dois pólos energéticos, causando bloqueio de energia vital e dor.

Por isso a massagem utiliza pressão, fricção e movimentação de articulações e estruturas musculoesqueléticas, entre outras técnicas, a fim de promover a circulação da energia obstruída.

O Shiatsu pode ser aplicado em pessoas de qualquer idade e não apresenta efeitos colaterais, desde que feito corretamente.


Sílvia Helena Caldas (Rioflor 227)
Massagem Sueca  .  Terapia Floral  .  Shiatsu  .  Reiki

Atendimento com hora marcada:

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Abrir os olhos para enxergar a alma



O cotidiano conturbado, repleto de pequenas exigências e atribuições diárias dificultam a contemplação da natureza e, consequentemente, a interação com ela, como é mais propício na vida no campo.

Como em tudo que existe, as polaridades têm sua força no estilo de vida empregados, seja na cidade ou no campo. Enquanto na primeira o nível de produtividade de coisas e conhecimentos cresce em progressão, digamos geométrica, no segundo o ritmo é mais lento e por essa razão a produtividade é menor, o que viabiliza a observação e o contato mais estreito com a natureza.

Não cabem aqui julgamentos reducionistas quanto a que tipo de atividade é melhor ou pior. Até porque, conforme o taoísmo, base filosófica da Medicina Tradicional Oriental, propõe, nada é uma coisa só. Não há separatividade total e completa das coisas, justamente porque as coisas não são estáticas, assim como a energia não o é. Somos energia, tudo é energia. Logo, não somos uma coisa só.

Por essa razão, ora precisamos de momentos mais Yang, ou seja, mais ativos e produtivos, ora, mais Yin. Mais introspectivo, mais contemplativo. A harmonia entre esses movimentos é que nos gera o equilíbrio.

Quando congelamos em uma dessas polaridades, adoecemos. Ao viver apenas voltada para o material, para o trabalho, para o outro, sem atentar para as necessidades do interior, a força vital enfraquece, se desequilibra, empobrece. Por isso a importância das relações, do entre, com tudo e com todos.

A planta precisa do sol assim como o sol precisa da planta, pois há uma troca de energias entre ambas. Os animais precisam da planta e do sol, assim como as plantas dos animais. Nós, seres humanos, precisamos dos animais, das plantas, do sol, assim como todos esses elementos vitais precisam de nós. Pecisamos uns dos outros para coexistir.

Como nutrir essa inter-relação com a nossa natureza e a natureza ao nosso redor, incluindo nesse contexto as criações do homem (industriais e manufaturadas)? Às vezes parece até impossível, não parece?

Mas não é. Desde que haja disposição para mudar certos hábitos que não raro se tornaram vícios. O primeiro passo consiste em voltar a ATENÇÃO para a necessidade de interagir melhor consigo mesmo e, logo, com o outro.

Parece mentira, mas o simples fato de dar atenção para algo, já contribui para que mudanças ocorram. A Física Quântica tem constatado esse fenômeno. 

Atente-se para a maneira como você se relaciona e observe como você começa a pensar e a sentir de forma diferente as experiências da vida, até as mais corriqueiras. De repente nem são os pensamentos, os sentimentos ou as sensações que são novos, mas o seu estado de atenção é novo. Este é um comportamento novo. Um passo promove outro, um movimento impulsiona outro, sucessiva e naturalmente.

Como eu já destaquei em outros textos, nem sempre é fácil encarar as constatações dos pensamentos, sentimentos e sensações que transitam em nós. E nessas horas uma ajuda pode ser necessária. Não se abstenha de pedir ajuda. Avalie que tipo de ajuda você precisa para que possa lograr êxito na sua busca.

Frequentemente a desistência e o sentimento de fracasso ocorrem por falta de assertividade na empreitada. A fonte recorrida pode não ter sido a mais adequada. Não engesse crenças como "eu não consigo" ou "não tem jeito" sem avaliar as ferramentas que utilizou para tentar. Para tudo há uma solução, de uma forma ou de outra.

Então... Atenção!


Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
Terapeuta complementar

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(21) 8872-7799
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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Caminho de Esperança

Uma maneira de integrar mente, corpo e ambiente é através da meditação.

A meditação é uma prática tão antiga quanto a humanidade, oriunda de diversas culturas, especialmente do oriente.

O termo meditação vem do latim meditare, que significa "voltar-se para o centro, no sentido de desligar-se do mundo exterior" e "voltar a atenção para dentro de si". (fonte: http://pt.wikipedia.org)

Há várias maneiras de meditar. E não obstante haja técnicas especializadas para tal, ela ocorre praticamente intuitivamente no nosso dia-a-dia. Quando você fecha os olhos, respira lenta e profundamente, observando as sensações corpóreas que o simples exercício da respiração promove, naturalmente entra num processo de introspecção.

Uma amiga e leitora do Bem-Se-Quer, Cláudia Benevides, pratica a meditação diariamente, e compartilha conosco a bela imagem que emergiu recentemente em uma dessas experiências.

E sugere a seguinte mentalização, que pode ser feita a qualquer hora do dia e em alguns segundos:



Ao fechar os olhos, visualizar mentalmente um túnel verde, como na foto acima, um caminho gerando a esperança no coração.

E explica:

O que nós vemos e gostamos o nosso coração assimila, e gera bem-estar. O verde é a cor que energiza o nosso coração, nos sintonizando com a saúde das emoções e do nosso físico. O verde é saúde!!! 

Cláudia, o Bem-Se-Quer agradece a preciosa imagem e mensagem compartilhada. Especialmente por contribuir para que alimentemos em nossos corações a esperança e, consequentemente, a vontade de trilhar por um caminho de saúde e equilíbrio. 

"É gostoso poder passar para as pessoas o que as cores nos transmitem: amor, proteção, energização.  É gratificante".
Cláudia Benevides é advogada e trabalha como cromoterapeuta, dentre outras atribuições, em uma instituição espiritualista de caridade, no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Uma Prática Milenar Contemporânea



É uma ciência muito antiga de origem indiana. Criada por homens sábios, grandes observadores da natureza, que viveram antes da era cristã. Esses homens, dotados de bons princípios de vida, sistematizaram posturas e práticas tendo por objetivo o aprimoramento do ser. Desenvolveram métodos de equilíbrio físico, emocional e energético, aplicáveis e eficazes a qualquer tempo da vida humana.

A palavra YOGA vem da raiz sânscrita yuj, cujo significado é junção, união, integração. Quer dizer unificação de si mesmo. E aqui está o segredo para a felicidade duradoura.

Atualmente podemos definir o YOGA como uma filosofia de vida que visa à integração do indivíduo consigo mesmo e com ambiente em que vive. A prática do yoga proporciona boa forma, alívio do cansaço físico e mental, rejuvenescimento, concentração, clareza mental, serenidade, entre outros benefícios. 

Sua prática sistemática afeta energeticamente o sistema nervoso e regula o sistema endócrino. Atua como um um método preventivo de saúde. 

Consiste em práticas respiratórias, posturas físicas, limpeza das mucosas e meditação. Além do cultivo de bons hábitos diários, como boa alimentação, otimismo e controle do nível de estresse. 

O asana, ou seja, a postura física, apesar de parecer apenas uma atitude do corpo, é uma expressão do homem integral, manifestando-o em todos os planos: no corpo, no pensamento, na ação, no corpo sutil e no espírito. 

 
                                                 Valeria Silva                                                  
Instrutora de Yoga, Yogaterapeuta e Psicoterapeuta (CRP 05/23923)


     Consultas e aula de yoga em Madureira/RJ
valeria.prema@yaho.com.br

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A verdade na Literatura e na Psicologia



Costumo dizer que a Literatura é vida. Se você pensar bem, toda a multiplicidade de elementos que compõe a humanidade está presente nos clássicos literários. Então, o que é a Literatura? De certa forma, a Literatura é o grande oceano no qual o conhecimento deságua. Ok, dito isso, você pode estar se perguntando: “Ué, o que isso tudo tem a ver com Psicologia?”. Como jornalista e profissional de Letras (portanto, leigo nos conceitos que decifram a alma), respondo confiante: TUDO!
 
Para defender meu “contundente” argumento, vou me ater a apenas um ponto vital das obras literárias: o narrador. Basta você pensar nos seus títulos preferidos e lembrar qual o “propósito” ou enfoque dado à trama. Segundo Thomas C. Foster, no livro “Para Ler Romances como um Especialista”, é justamente a figura do narrador que dará o tom do relato.
 
Para ficar em apenas três modelos, iniciarei pelo ponto de vista do narrador em primeira pessoa. Quem garante que quem conta os fatos está falando a verdade? Impossível. Em muitos casos, o personagem-narrador nem sabe o que está acontecendo em outros “núcleos” da trama. Continuando com o raciocínio de Foster, o narrador em terceira pessoa como “testemunha” dos episódios relatados também pode deturpar a “veracidade” das ações, dando o enfoque que bem entende. Resumindo: manipula a leitura. E o “tradicional” narrador onisciente que aparentemente, como um Deus, sabe e vê tudo. Pela simples impossibilidade de relatar tudo o que conhece sobre os personagens, esse tipo de narrador “seleciona” os pontos que merecem destaque para o andamento do romance ou conto.

Como deve ter notado, não existe um narrador imparcial. Em outras palavras, o autor decidirá sob qual ponto de vista a trama será narrada. Bingo! Eis a palavra mágica à qual eu queria chegar: parcialidade.
 
Antes de avançar para o próximo argumento, sugiro que você faça um exercício mental para “comprovar” o que foi dito acima. Imagine duas situações que você viveu recentemente. Uma positiva e outra nem tanto. Agora tente fazer um relato das duas. Note que na experiência negativa há uma clara tendência de “culpar” ou, na melhor das hipóteses, valorizar demais a importância dos outros no episódio. Já na positiva, você dá um grande destaque à própria atuação. Obviamente, as duas versões não refletem o fato em si. Assim como um escritor, você acabou de aplicar diferentes pontos de vista. Foi parcial!
 
Em parte, tratando-se da vida real, os tais pontos de vista variam de acordo com nosso humor, interesses (propósitos) e preconceitos. (Sim, não adianta revirar os olhos, todos temos preconceitos.) Na Literatura, esse recurso possibilita que o escritor amplifique o sentido da obra. Então, pouco importa se a trama será contada em primeira ou terceira pessoa, onisciente ou não, essa decisão refletirá uma visão de mundo.
 
Assim é a vida. Todos nós buscamos a “verdade”! Mas o que é a verdade? Uma abstração, talvez! Se a sua visão de mundo é diferente da minha, obviamente teremos “verdades” diferentes. Podemos presenciar o mesmo fato e criar versões totalmente distintas. Então, como saber qual está certa ou mais próxima da realidade? IMPOSSÍVEL!
 
Em diferentes gradações, a Literatura transborda veracidade nas entrelinhas, pois ela é feita com base nas peculiaridades da alma humana, tão única, tão diferente e tão intrínseca à essência de cada um.
 
Viva a Literatura! Viva a Vida!
 
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Antonio Munró Filho, jornalista e profissional de Letras, é o criador do blog cultural Alegria de Ser o que É. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Vida e a Criatividade


Após o texto anterior, sobre a morte, a ideia aqui era dar continuidade ao assunto, e escrever na semana passada sobre "contrariedade". Mas curiosamente, depois de algumas tentativas diante do monitor, o texto não saiu...

Então resolvi deixar fluir e o processo de escrita acontecer naturalmente. Até porque, se não for natural, não tem alma. E sem alma, não tem vida. E se não tem vida, não tem troca. E se não tem troca, não tem sentido... para mim.

Entre um flash de pensamento e outro, pensei: "Que interessante, lidar com a contrariedade é tão difícil, que escorreguei dela como um sabonete escorre de mãos molhadas..." E pensei também que recém escrevi sobre a possível maior de todas as contrariedades - a morte. E que ficaria um tanto desmotivante mencionar o tema mais uma vez, mesmo que de outra forma.

Aí me veio a luz! Eureka! Abordar justamente a solução para a questão, ou seja, a CRIATIVIDADE!

É com criatividade que desvendamos problemas. E se não desvendamos, inventamos novas possibilidades, criamos novos recursos, e descobrimos novos caminhos.

Talvez essa seja a maior, digamos, virtude do ser humano. Ou a chave-mestre para toda a existência. Talvez seja a criatividade, inerente a todos nós, que nos permita caminhar com segurança diante das incertezas da vida e, consequentemente, das contrariedades que ela nos oferta para crescer.

A criatividade nos torna flexíveis, confiantes, certos de que tudo é contornável. Aquela história de que "para tudo há um jeito", sabe?! Faz com que despertemos para potencialidades adormecidas em nós, desconhecidas até...

Muitas vezes o que atrapalha o contato com ela é o medo. E o medo toma conta quando a visão é limitada, como se houvesse apenas uma saída, a que justamente se encontra interditada. Ele faz acreditar que toda a vida se resume àquele período de tempo e espaço, e não há nada além. O medo paralisante empobrece a alma, suga a energia da vida.

Ser criativo é também reconhecer a importância do medo para a nossa proteção e manutenção da vida... Ouvir o medo permite que rotas mais seguras sejam traçadas, de forma mais consciente. Com o famoso "pé no chão". Mas a cabeça voltada para o horizonte...

Não se trata de fazer o "jogo do contente" proposto pela Pollyanna, personagem do livro homônimo. Mas de uma aceitação de que a vida impõe barreiras. E nem sempre temos a resposta para o porquê. Mas independente disso, as rédeas da vida estão na mão de cada um. E com criatividade é possível encontrar novas soluções, muitas vezes mais interessantes do que a inicial, e viver melhor.

Cheguei ao final do texto e sinto a vibração da criatividade me envolver... Muito melhor do que aquela de estagnação diante da contrariedade! Sinto vida, e isso me faz pensar em como é bom viver!

Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Um tabu assombroso




Hoje vou tocar em um assunto delicado... sobre "aquela que não se diz o nome". Geralmente é considerada maldita, uma verdadeira desgraça ou catástrofe quando se apresenta. 

Cheguei ao segundo parágrafo e ainda não revelei o seu nome. Mas não tem jeito... uma hora isso tem que acontecer. Pois bem, lá vai... o nome dela é... Morte!

Se bobear, agora você nem deseja terminar esta leitura um tanto mórbida. Afinal, este assunto gera mesmo sensações indesejadas e, consequentemente, repulsa a uma realidade comumente evitada até o último suspiro.

A morte causa minimamente estranheza porque é a única certeza do que vai acontecer na vida, mas não se faz ideia do que vem depois dela. Quer dizer, ideia até faz, um monte delas, e isso é de matar! Mas você bem sabe disso e o que viu até aqui não é nenhuma novidade, não é mesmo?


 Proponho então discutir sobre como encarar essa dura realidade. Como lidar com a dor que ela faz sentir só de pensar?

Sabemos que a morte usualmente é associada à perda. Essa relação possivelmente provém da forma como a cultura ocidental em que estamos inseridos dá valor a ela. Cultura ocidental aqui se refere ao culto demasiado ao materialismo, ao imediatismo, à famosa necessidade de ter a custo do existir. Algo como "tenho, logo existo".

Seguindo essa linha de raciocínio, a morte passa então a ser "tomada para Cristo", uma ousada bruxa má que leva embora o que supostamente deveria ser nosso.

Assim, a morte ganha o status de maior das maiores contrariedades na vida. Tamanha, que se tenta fugir dela como "o diabo foge da cruz".

Aí é que costuma atuar o sofrimento... Ao invés de buscar aceitá-la, aponta-se com o indicador rígido o suposto culpado pelo terrível desastre. Caso nenhum elemento seja identificado, o inquisidor se torna a vítima da própria acusação. E aí o sofrimento vira palco para a mágoa, o ressentimento, a tristeza sem fim, o desânimo constante, numa inércia arrastada.

Talvez ler isso gere raiva em algum leitor. Este possivelmente se pergunta como é possível não sofrer diante da partida de algo ou alguém.

Aproveito para ressaltar que cada um é livre para sentir o que sente... Só você, que está sob a sua pele, pode decidir de que forma lidar com a morte e o morrer. Nem sempre essa escolha é consciente. No entanto, o sofrimento não é o único caminho.

É bem verdade que aceitar não é nada fácil... Ah, não é... Por isso é um processo cujo ritmo é individual e intransferível. Nele sentimos mais a dor pela falta do que pelo sentimento de impotência. Quero dizer, embora exista a consciência e a aceitação de que não somos mesmo "super poderosos" e "donos do universo", ainda assim não temos mais aquele algo ou alguém valioso ao nosso lado da maneira como gostaríamos. Olhar para o lado e ver o vazio dói... para valer. Horas mais, horas menos... mas dói.

O jeito é seguir caminhando pacientemente a serviço do sábio tempo, que reorganiza a vida de modo a promover o movimento necessário. Um passo de cada vez, chorando quando dá vontade, e sorrindo também quando dá vontade. Despedindo-se a cada lembrança que a mente evoca daquilo ou daquele que se foi... agradecendo pelo que foi bom e também pelo que não foi.

E compreendendo genuinamente que o que os olhos não veem o coração sente também.

A percepção de que da mesma forma como há noites escuras também há dias ensolarados traz o conforto e a confiança para arriscar viver com a certeza de que se há morte... Há vida também!

Quanto mais exercitamos a ampliação da nossa consciência nesse sentido, mais fácil fica lidar com a dor como ela merece, sem mais nem menos... Há maneiras de praticar esse exercício no cotidiano. Mas isso fica para um outro dia... ou não!
  
  
Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
Terapeuta complementar

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