domingo, 21 de dezembro de 2014

Um roteiro para o desenvolvimento da responsabilidade: Passo 4 - Avaliação

(Fonte da imagem: www.elo7.com.br)

Iniciamos em dezembro o fim de mais um ciclo anual e, com este mês, finalizamos o roteiro aqui proposto para o desenvolvimento da responsabilidade.

 Neste passo revemos o planejamento que foi elaborado à priori. Relembramos nossas metas e estratégias iniciais para a sua devida execução.

O desafio da avaliação consiste na neutralidade diante dos fatos. Como a deusa da Justiça, você consegue manter os olhos do julgamento fechados diante do peso das bandejas da verdade e dos êxitos ou frustrações vividos ao longo deste ano?

O desenvolvimento da responsabilidade não é tarefa fácil, pois exige imparcialidade, neutralidade. Não se trata de justificar seus feitos ou não através da condenação de quem ou o que facilitou, dificultou ou impediu que você caminhe na direção que almeja. Trata-se essencialmente de rever o planejamento, verificar os eventos favoráveis e os desfavoráveis, e avaliar o seu posicionamento diante deles.

Que pontos do seu planejamento foram coerentes às suas expectativas?

Nas situações em que logrou êxito quais foram os fatores favoráveis?

Que percalços ocorreram ao longo deste período da sua caminhada?

De que maneira sua criatividade foi colocada em prática para se recriar e solucionar os imprevistos?

Quais virtudes você precisou desenvolver durante este processo? Paciência, resiliência, firmeza da sua vontade, persistência, confiança na própria capacidade, aceitação e compaixão por você e por quem está do seu lado, humildade diante do que não tem controle, desapego, perdão...?

 Feita esta avaliação, parabéns pela coragem de fazê-lo com honestidade! E de se propor a aprender na escola da vida! 

Agora é hora de celebrar! Com os pés no chão e os braços abertos, respirar pausadamente, inspirando e expirando alegria e gratidão por si mesmo, pela vida e por cada um que dela compartilha conosco. 

Para, então, retomar o fôlego e dar prosseguimento `as metas que ainda não foram atingidas e formular outras, com o planejamento refeito, fresquinho, como o ano que se aproxima.

Brindemos pela conquista de mais um ciclo vivenciado!!!! Tim-tim!!! :)

Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
Terapeuta complementar

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Estrada de Jacarepaguá 7221 Sala 508 Freguesia RJ

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Lembre-se de respirar...

Parece irônico o lembrete para fazermos algo que ocorre independente da nossa vontade enquanto estivermos vivos.

Acontece que embora respirar seja um ato involuntário, nós temos o controle sobre como respiramos. E assim é em tudo na vida, não é mesmo?! Ou seja, não controlamos as curvas que o vento faz em nossas vidas; mas controlamos o que fazemos diante disso.

Às vezes tudo parece calmo, linear, organizado, até que de repente algo inesperado acontece, para nossa alegria ou tristeza, e então se faz o caos para que uma nova ordem se estabeleça. Esta relação ordem/caos se dá ao longo de todo o dia, todos os dias das nossas vidas. Nem sempre nos damos conta disso, assim como frequentemente não nos damos conta da nossa própria respiração.

Quando inspiramos, o diafragma se contrai e faz com que o Qi que entra em "forma de ar" se conecte à nossa energia essencial que reside no baixo ventre, isto é, a energia geradora da vida. É como se houvesse uma conversa, um diálogo entre o que está fora e o que está dentro.

Uma pequena pausa para o encontro...

Então, uma alquimia se faz no corpo, que assimila e transforma o novo que chega de fora junto à essência que reside dentro dele, e libera para o exterior através da expiração o Qi que se converteria em toxinas se permanecesse ali, mas que para o ambiente externo é uma importante fonte de energia. O diafragma se expande em elevação, e devolve para o ambiente, pelas narinas ou pela boca, o resultado dessa "conversa" em forma de Qi.

A transformação acontece... uma nova ordem se faz nos universos interno e externo. A unidade é mantida através da ponte que é a respiração.

Quando estamos com medo, a respiração acelera para nos dar condições de agir pelo ataque ou pela fuga. Mas se o estado de medo é contínuo, tal aceleração desarmoniza todo o organismo. A raiva serve para revermos o que não vai bem e buscarmos a solução. Ispiramos com força para impulsionar a agressividade necessária para a ação criativa. Quando permanecemos nesse estado, a respiração fica interrompida e se converte em tensão, estresse, até o adoecimento. Com a preocupação excessiva ocorre uma estagnação, a respiração não flui, assim como os pensamentos.

Há incontáveis práticas que estimulam a respiração harmônica, como a yoga, o tai chi chuan, o Qi-cun. Estes são apenas alguns exemplos. Já diziam os antigos orientais que a respiração é uma importante chave para a promoção do bem-estar.
 
Portanto, observe-se. E respire...

Gisele Faria
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domingo, 13 de julho de 2014

Aprendizado para além do futebol


Todos os brasileiros, vivemos um momento histórico nesta Copa do Mundo 2014 looooonge das expectativas divididas coletivamente. Nem os realistas e os pessimistas imaginavam o resultado 7 x 1 a favor da Alemanha na semifinal. Muito se tem ouvido e lido que até havia certo preparo de espírito para a derrota, não obstante ainda pulsasse um quê de esperança na veia brasileira. Mas a maneira como este revés aconteceu foi chocante.

Não é sobre o futebol que abordaremos aqui. As devidas análises já estão sendo feitas pelos técnicos profissionais e pelos amadores do assunto. Trataremos neste texto sobre o sentimento compartilhado em nível nacional: a DECEPÇÃO.

A decepção é fruto da manutenção de um nível de expectativa incoerente com a realidade que se apresenta. Este sentimento pode ocorrer tanto em relação ao próprio indivíduo quanto ao outro, seja este outro um indivíduo ou o meio externo.

Quando ela se apresenta, uma sensação comum é de haver levado um "tombo maior que a própria queda". É a dor de haver sido retirados à frente dos nossos olhos os véus da ilusão.

Para que haja equilíbrio entre a expectativa e o resultado é preciso ter uma visão honesta das possibilidades e se posicionar a partir delas. Esta visão refere-se ao enfrentamento através da observação consciente e da avaliação dos recursos de que dispomos e os possíveis caminhos e resultados para o objetivo proposto. Ainda, o tempo necessário para cada etapa de tal feito.

Ao ampliar a consciência das pressões externas, do que nos é essencial e das nossas condições perante um desafio, mais seguros nos sentimos para encará-lo com responsabilidade. Assumimos os riscos com dignidade mesmo que seja para perder. Pode até haver frustração pela perda, mas não ocorre a decepção.

A frustração não é vilã. Ao contrário, ela é um agente de aprendizado fundamental para o nosso crescimento. Perder não é feio. Assim como não o é tirar nota baixa na escola. Perder ou ganhar é resultado de um conjunto de fatores que contribuíram para um fim com  sucessivos recomeços de renovadas possibilidades. 

A equipe alemã compartilhou este ensinamento conosco hoje. "Eles conhecem a dor da perda de uma Copa em casa", disseram. E desde então vêm se trabalhando para um dia, não na Copa seguinte, mas Copas depois, subindo degraus significativos, buscando se superar a cada disputa para um dia consagrar a vitória de cada pequena grande conquista ao longo dessa trajetória sem fim.

Considerando toda a história do futebol brasileiro, que se tornou referência mundial neste quesito esportivo, e da limitada educação em diferentes níveis no nosso país, é compreensível a tentativa da nossa Seleção de atender às expectativas da nação. Quanto mais educados formos para aceitar a frustração como um recurso natural e necessário para o crescimento, menos nos decepcionaremos com os resultados. Mais honestos e responsáveis nos posicionamos para com a nossa individualidade e, consequentemente, para com a coletividade da qual fazemos parte.

Parabéns aos campeões desta rodada! Brasileiros, coragem para ver e para ser!
  
Gisele Faria
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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pela leitura de Balzac

"Assim, nada é tão discreto quanto um rosto jovem, porque nada é tão imóvel. O rosto de uma mulher jovem tem a calma, o polimento, o frescor da superfície de um lago. A fisionomia das mulheres só começa aos trinta anos". 
 Honoré Balzac



Muitos de nós já ouvimos a expressão "mulher balzaquiana" para se referir à mulher madura. Não é à toa que ela permanece até os dias atuais, a obra de Balzac revela o coração de uma mulher madura, repleto de emoções assim como na mais tenra idade.

Durante a leitura de A mulher de trinta anos, veio-me uma comparação do processo de amadurecimento da mulher com as fases lunares: a nova, mais vívida, com todo o anseio pelas possibilidades vindouras, sedenta por vivenciar suas fantasias de donzela; a crescente, a partir da qual inicia-se um processo de desconstrução e reconstrução entre a fantasia e o real, entre a expectativa e o possível; a cheia, representada pela sabedoria de toda uma trajetória percorrida impossível de regressar e que a permite reconhecer dentro de si as ferramentas para seguir em frente de maneira protegida e cuidadosa, ciente de que para toda escolha há uma consequência. Por fim, a minguante, onde é impossível esconder as marcas da vida no próprio corpo e a essência vital se revela sua guia:

"... O lago seco deixa ver então os traços de todas as torrentes que o produziram; e o rosto envelhecido de mulher não pertence mais nem à sociedade, que, frívola, assusta-se ao perceber nele a destruição de todas as ideias de elegância a que está habituada, nem aos artistas vulgares, que nele nada descobrem, mas sim aos verdadeiros poetas, àqueles que têm o sentimento de um belo independente de todas as convenções sobre as quais repousam tantos preconceitos em matéria de arte e de beleza". (A mulher de trinta anos - Honoré Balzac)

A mulher madura hoje talvez não corresponda em números à daquele tempo, não tão remoto. Contudo, o ciclo pelo qual a maturidade se processa não se modifica e por isso é atemporal. Independente de idade, todas nós, mulheres, passamos por fases de transformação. Vale dizer que, claro, os homens também passam por um processo de amadurecimento. No entanto, a ênfase nos ciclos entre o novo e o velho, o nascimento e a morte, é mais evidente no universo feminino, pois o vivenciamos mês a mês através do ciclo menstrual, geramos vida e deixamos de reproduzir quando nos tornamos naturalmente minguantes. Isso não significa que a mulher deixe de semear quando se torna anciã; ao contrário, ela distribui sua sabedoria.

Portanto, seja você homem ou mulher, identifique em que fase de transformação se encontra, respeite-a, viva-a de modo consciente. E, então, deixe-a partir para chegar a que vem a seguir.

 Vivendo... e aprendendo.


Gisele Faria
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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Como nos contos de fada



Os contos infantis representam muito as nossas projeções sobre a tão almejada felicidade.

Inúmeras pessoas que alcançam o sonho de quase uma vida toda, como o casamento, por exemplo, se frustram e se sentem até mesmo traídas por não testemunharem o "foram felizes para sempre".

Acontece que se associa o último capítulo como o final, ignorando a continuidade do para sempreTambém ocorre o equívoco da identificação apenas com a protagonista mocinha ou com o príncipe encantado. Na verdade, somos todos os personagens em uma mesma unidade, que configuram um caos psíquico organizado num contínuo movimento figura-fundo.

Ou seja, horas o nosso lado bondoso, alegre e inocente se manifesta. Noutras, o invejoso, o ciumento, o inseguro, o manipulador, representado pelos vilões. Ou o destemido, guerreiro, obstinado em seu objetivo, como o herói. Somos os amigos da floresta quando ajudamos a superar os desafios. Ainda, o mago ou a fada madrinha ao acessar nossa intuição e a sabedoria que habita nosso interior. Estas são algumas das nossas facetas personificadas nos contos infantis. Os conflitos e resoluções narrados nos contos acontecem entre todas as forças psíquicas que nos constituem.

Logo, encontrar um príncipe encantado sem levar em consideração que nele habitam todos os outros personagens, ou então sem se dar conta de que além de mocinha você é todos eles também, a frustração é inevitável no "último" capítulo, simbolizado por cada decisão que se concretiza.

Enquanto houver uma busca idealizada por apenas um desses personagens ou, ainda, uma autopercepção congelada, positiva ou negativamente, não há integração. E sem integração não há vínculo consistente.

Por esta razão, é preciso que cada pessoa se disponha a vivenciar suas batalhas internas, reconhecendo os elementos agradáveis e desagradáveis em sua personalidade, e renovando com consciência as escolhas em sua vida, constantemente. Em cada capítulo de sua vida, diga verdadeiramente "eu me aceito" e sinta a felicidade!

Gisele Faria
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terça-feira, 25 de março de 2014

Um roteiro para o desenvolvimento da responsabilidade: Passo 3 - Execução



E então, malas prontas para a viagem?!

Estudados os elementos e recursos necessários para o objetivo que você almeja alcançar, a próxima etapa é dar o primeiro passo na execução desta nova aventura.

Você pode se conhecer um pouquinho mais perguntando internamente como se sente na iminência do novo passo: o frio na barriga é tamanho que dá vontade de ficar imóvel debaixo da coberta? Ou a euforia toma o peito, cheio de vontade de se aventurar? Ou se mantém obsessivamente revisando o planejamento, verificando se foi detalhadamente calculado? Ou sente segurança pelo planejamento feito, apesar de não ter controle de tudo que ocorrerá pela frente? Ou um pouquinho disso tudo? Ou não consegue sentir?

Esses sentimentos estão associados a que pensamentos?

Independente do que sente ou não, o importante é fazer contato.

A partir do contato podemos avaliar o nosso estado físico, emocional e mental bem como o seu efeito sobre as próprias ações. Por isso precisamos respeitar tudo o que sentimos. O mais importante é lembrar de equilibrar os excessos. Por exemplo, o medo em demasia pode ser tão prejudicial quanto a euforia incontida.

É necessário deixar emergir à superfície da consciência e colocar na balança da razão e da emoção as expectativas criadas, as experiências que teme vivenciar, o significado da trajetória e da conquista ou não do objetivo.

E leve sempre consigo a certeza de que você é um ser criativo e mutável por natureza. E por isso tem condições de enfrentar criativamente qualquer desafio que possa surgir no caminho. Tenha seu planejamento à mão para não se esquecer dos recursos que pode acessar num momento difícil.

A caminhada é solitária, pois só você pode dimensionar suas experiências. Porém lembre-se de que você não está só. Pode compartilhá-las com quem quiser, e aprender a partir dessa troca.

Não necessariamente a viagem será como o planejado. E isso pode ser bem interessante. Basta manter o foco no que pretende e tudo se ajeita.

Permita-se sentir. Permita-se experienciar. Permita-se trocar. Permita-se crescer. Permita-se viver.

Uma observação: A virtude não está em errar ou acertar. Mas em aprender.

Até a próxima parada!

Gisele Faria
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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Dança do Ventre: Um movimento para a integração do Feminino



Dentre os diversos benefícios que a dança proporciona a quem se atreve a percorrer este caminho libertador no aspecto emocional, acho que um dos mais interessantes é o do autoconhecimento e da aceitação de si mesmo, o que nos proporciona descobrir ou elevar o amor próprio. 

Nestes 15 anos de profissão, pude ver, sentir e analisar a transformação nada fácil e muito menos rápida de muitas mulheres que percorreram a minha sala de aula. Algumas tornaram o que aprenderam em profissão, outras em lazer mas a maioria buscou na dança um momento para si. Considero isso vitorioso, pois se enxergar, estar consigo mesmo não é uma tarefa fácil, pois temos de dar as mãos à nossa sombra, às nossas dificuldades e integrá-las com muita paciência, determinação e comprometimento. 

É muito difícil, principalmente para a mulher reprimida, mesmo que isso tenha sido fortalecido por uma questão familiar, conjugal, social ou por padrões internos, entrar em contato com o seu feminino, que está a meu ver, muito associado ao seu corpo. 

Com as demandas da sociedade, a rapidez da vida cotidiana e a exigência de estar sempre produzindo, nos esquecemos de que temos um compromisso com nosso bem estar físico, mental e emocional e nós, mulheres, acabamos adquirindo traços e atitudes masculinas, pois desempenhamos tantas funções em nossa vida e na vida alheia, que o corpo fala e responde de forma bruta. Acredito que a dança seja um meio de suavizar isso... Trazer leveza. 

Na Dança do ventre usamos, como o nome diz, a região do ventre como base da Dança. Dali partem todos os outros movimentos como consequência do comando central, onde energeticamente buscamos a força do que nos faz mulher. Colocamos em movimento o chakra (centro de energia) de base, que pode ser acionado com a ajuda da cor vermelha.

Com os movimentos pélvicos e de transferência, através da ajuda dos joelhos, podemos correlacionar a mulher que dança à serpente, sem vértebra, rastejante, silenciosa e misteriosa, representada através de movimentos sinuosos e ondulatórios, guiados ao som de violinos e flautas.

Podemos ainda ser fortes e precisas como um tambor, ágeis como um teclado e impactantes como um derbake.

Nosso corpo e quadril ao longo do tempo e dos estudos, passa a ser o instrumento tocado. A alma da bailarina e da música se tornam uma só e quando essa conexão se faz, nossa expressão total é vista, não por ser representada mas por ser sentida em cada poro, em cada respiração, em cada passo, em cada movimento. Fazemos do cabelo um vento ou um chicote ou até mesmo uma brincadeira de se esconder, assim como uma criança. Um pedaço de pano se transforma em asas, com as quais brincamos de dançar.

Nossas mãos se tornam delicadas como uma rosa que desabrocha ao tocar uma taça, um talher ou até mesmo o corpo do homem que amamos. Nossos músculos abdominais se fortalecem com a compressão e relaxamento do mesmo, a fim de imitar o animal que atravessa o deserto escaldante sem precisar de água.

Dançamos brincando com fogo, que não nos deixa queimar e apenas aquece a todos que nos observam dançar com ele e para ele, que ilumina qualquer escuridão. Transformamos um cabo de vassoura em um bastão, que fala dos homens que trabalhavam com o rebanho e dos que lutavam com suas únicas armas e dessa observação, mulheres criativas, transformaram em uma dança alegre e festiva.

Equilibramos uma espada, movendo nosso sagrado ventre sem que nos deixe cortar, sem que a deixemos cair, para nos glorificar e sabermos que em nosso corpo, podemos tudo equilibrar, segurar, sustentar sem que nos machuque. Isso tudo é ser mulher e o que colocamos na dança é apenas o que sentimos na vida, na pele, na alma.

E com todas essas descobertas, melhoramos a pele, aprendemos a maquiar o rosto, a saber do poder que carregamos em cada fio de cabelo, fortalecemos os músculos das pernas e do glúteo com a repetição e precisão dos movimentos do quadril, enrijecemos os braços pois descobrimos que não somos fracas e temos força para alçar vôo dentre os véus que nos perdemos para nos acharmos, fortalecemos os seios e afinamos a cintura com os contornos que fazemos dançando que valorizam as nossas curvas ao desenhar os oitos, ao realizar o infinito que carregamos em nós. 

Esculpimos nosso corpo e alma para termos mais saúde, mais vitalidade, mais energia, mais virilidade, mais sensualidade, mais fome de saber e ser mulher da cabeça até a ponta dos pés.


Luciana Munira
Bailarina, professora e coreógrafa de Dança Do Ventre e Dança Cigana. Representou o Brasil na Europa e no Egito e atualmente desenvolve um trabalho de dançaterapia para crianças, jovens e idosos com necessidades especiais no Instituto Tocando em Você no Rio De Janeiro.

Contatos para aulas, shows e cursos: (21) 98306-6612


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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Um roteiro para o desenvolvimento da responsabilidade: Passo 2 - Planejamento

"Um ser humano não é oco num sentido estático, como se fosse uma bateria precisada de nova carga. A sensação de vazio provém, em geral, da ideia de incapacidade para fazer algo de eficaz a respeito da própria vida e do mundo em que vivemos". (Rollo May. O homem à procura de si mesmo)



Não é fácil seguir a Vontade. Não mesmo.

A filosofia oriental já associava há milênios a Vontade à emoção do medo e à virtude da responsabilidade.

Não é fácil caminhar pela escuridão sem saber ao certo se a clareira que se almeja encontrar de fato estará lá. Não é fácil desapegar das garantias e entender genuinamente que este lugar não é algo que se vê à frente, com o sentido da visão física, mas que se trata de olhar para dentro e então perceber que ele está em nós. Como uma chama a acalentar todas as angústias, os medos, as incertezas e as inseguranças. Que permite compreender genuinamente o real sentido do existir e efetivamente viver.

"O essencial é invisível aos olhos", diz a conhecida frase encontrada em O Pequeno Príncipe.

Quando não se apropria desta força essencial que opera a favor da vida, sente-se vazio. O vácuo interior é o resultado acumulado, a longo prazo, da convicção pessoal de ser incapaz de desenvolver seus potenciais conforme a sua vontade. "Uma vez que o que a pessoa sente e deseja não tem verdadeira importância, ela em breve renuncia a sentir e a querer. " (Rollo May. O homem à procura de si mesmo)

A crença que toma conta da renúncia ao sentir e ao querer geralmente é não consigo.

Nesse caso é importante avaliar se ela é fidedigna com o seu objetivo, ou seja, você pode estar "dando murro em ponta de faca". Opa! Rua sem saída, é preciso aceitar e mudar o rumo.

Ou então esta crença se estabelece por uma incompreensão quanto à sua real capacidade. Você pode estar se "taxando" de incapaz sem antes instrumentalizar-se adequadamente e cobrando de si recursos que ainda não tem desenvolvidos.

Após a batalha vencida da identificação da Vontade, é preciso se fortalecer com o Planejamento. A proposta de planejamento que faço aqui tem o objetivo de servir como um espelho a refletir as suas potencialidades já desenvolvidas e transformadas em habilidades e as que podem e precisam ser desenvolvidas. Traçando, assim, uma rota para sua eficaz execução.

Segue abaixo uma sugestão de Planejamento guiado por perguntas a ser respondidas por você:

O que  QUERO (Vontade identificada)

1) De zero a dez, qual o grau de importância da realização desta vontade na minha vida?

2) O ambiente é favorável ou desfavorável? (ambiente físico - clima, zona rural ou urbana, casa, apartamento, espaço comercial etc. -, ambiente afetivo, ambiente social, ambiente biológico - o próprio corpo e suas possibilidades ou limitações, ambiente de trabalho, outros.)

* Caso o ambiente seja desfavorável independente da sua vontade e esforço, é interessante começar por estudar uma maneira de acessar um que seja favorável ou estabelecer uma meta efetivamente proveitosa.

3) Quais os possíveis benefícios do (s) resultado (s) a curto, médio e longo prazo? Para mim enquanto indivíduo e para o entorno do qual faço parte.

4) Quanto tempo pode ser estimado para o alcance deste (s) objetivo (s)?

4.1) Quais são as etapas que preciso percorrer e o tempo aproximadamente estimado?
4.2) Que desafios poderão se apresentar em cada uma delas? E que benefícios?

5) De que recursos preciso para isso? (paciência, entendimento, dinheiro, informações, habilidades manuais, conhecimento, condicionamento físico... por aí vai)

6) De que habilidades disponho? (comunicação, facilidade para me expressar, praticidade, facilidade com as exatas, facilidade com as humanas, capacidade de convencimento, empatia, persistência, comprometimento etc.)

7) Que habilidades preciso desenvolver? (escrever melhor, falar em público, saber utilizar a internet, expressar meus sentimentos e pensamentos - asssertividade, posicionamento de opiniões, tolerância, criar vínculos, desapego)

8) A que pessoas (amigos, familiares etc.), serviços, profissionais preciso recorrer para cada etapa?

9) Que frase ou frases podem me auxiliar a me manter firme com o meu propósito nos momentos de dificuldade?
Exemplos: Eu mereço realizar. Eu posso realizar. Eu quero realizar. Eu realizo.
                     Eu respeito meu tempo e o meu ritmo de aprendizado. 

Diz-se que não são as respostas que movem o mundo, mas sim as perguntas. Então, torço para que este planejamento/questionário possa te auxiliar no próprio movimento e, consequentemente, no movimento do mundo.

Boa empreitada!!! :)
  
Em breve próximo passo do roteiro: Execução

Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Quando é difícil perceber a própria Vontade

"Quando alguém continuamente defronta-se com um perigo que é incapaz de vencer, sua linha final de defesa é evitar a sensação de perigo." (Rollo May, O homem à procura de si mesmo. 1953)



Antes de avançar para o Passo 2 do roteiro proposto anteriormente neste blog, vamos voltar a atenção para o leitor que tem dificuldade de acessar uma vontade sua. Isso é mais comum do que se pode imaginar.

Entenda que o fato de pessoas se mostrarem em ação rumo a um dado objetivo, não significa que o estejam fazendo em função da sua vontade de se realizar como SER. A motivação pode ser o TER: dinheiro, status, reconhecimento, poder, a imagem de felicidade etc.

Será que a autoridade que está por trás da sua motivação é efetivamente você ou uma autoridade anônima porém influente?

Chamou-me a atenção hoje um texto cuja citação postei acima, do psicanalista Rollo May. Um livro de um passado não tão distante de nós que me parece extremamente atual. O autor atenta para estudos de um outro psicanalista, Erich Fromm, que apontaram para a observação de que em meados do século passado as pessoas deixaram de viver sob a autoridade da igreja ou das leis morais (com ressalvas, a meu ver), mas se submeteram a autoridades anônimas, como a opinião pública.

Será se não é assim ainda hoje? Observemos os tipos de postagens feitas nas redes sociais e que efeitos elas geram ou se espera que gerem. 
"A autoridade é o póprio público, mas esse público é uma simples reunião de indivíduos, cada qual com seu radar ligado para descobrir o que os outros dele esperam". (RolloMay, 1953)
Diante de tantas expectativas e exigências, como não sentir o perigo (de contrariar e suas consequências) rondando?! E querer evitá-lo??

Porém a cada dia a vida que quer vibrar em você te pergunta: até quando?

Até quando você se submeterá a uma autoridade outra que não seja a sua própria?

Até quando viverá no cativeiro do medo de viver?

E a cada dia a vida faz um convite. Sempre que você sente insatisfação, raiva, angústia, medo... é a vida vibrando em você e te convidando para o desenvolvimento dos seus potenciais para SER.

A cada momento de alegria genuína, de sensação de paz, de prazer legítimo... é o momento da vida retribuindo a você em gratidão por deixá-la se manifestar.

Em todos os dias  há oportunidade de viver... o dia todo.

Você pode aceitar... ou não. Uma coisa é certa: o ser humano escolhe sempre (consciente ou inconscientemente) o que considera o melhor para si.

P.S.: Crescer dói.

   
Gisele Faria 
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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Um roteiro para o desenvolvimento da responsabilidade: Passo 1 - Vontade

A responsabilidade é uma virtude. Para os antigos orientais, ela anda lado a lado com o medo. Ambos são polaridades importantes no alcance do equilíbrio. Encontrar a medida adequada é tarefa para a vida toda.  

Eu não sei quanto a você, mas quando penso na palavra responsabilidade, sinto um frio na barriga.

E se num momento crucial eu tomar uma decisão que pode ser fatal para mim ou para o  outro? 

Você já se pegou com um pensamento assim?

Você já ouviu alguém dizer "Isso foi culpa sua!"? Criança faz muito isso... (com quem ela aprende esse comportamento se é criança??) Ou então, diante de uma iminente reprovação, apontar para o outro e dizer "Foi ele! Não tenho nada com isso...".

Não é fácil assumir a responsabilidade de qualquer ação. Afinal, toda ação gera um efeito que podemos até supor, mas não podemos controlar. Veio-me à mente aquele filme, Efeito Borboleta. Se você já assistiu, entenderá a associação. Senão, aqui está um convite.

Pois é... Podemos controlar em certa medida nossos atos mas não podemos controlar os efeitos deles. Podemos imaginar, podemos avaliar através da observação e experiências pregressas, que podem nos dar dicas de como nos conduzir para o objetivo que buscamos. Mas nada disso garante que o mesmo será atingido.

Digo que controlamos nossos atos em certa medida porque somos uma complexidade de variáveis que nem sempre conseguimos perceber. E por essa razão podemos vir a agir diferente daquilo que calculamos previamente.

Então qual o sentido da responsabilidade em nossas vidas, já que não temos controle de "quase" nada? 

Parece pouco, mas esse "quase" é muita coisa, sabia?

Quanto mais nos conectamos a essas variáveis representadas pelos nossos pensamentos, sentimentos e emoções, maiores são as chances de dominar esse "quase", através do autocontrole.

Não há como fugir da responsabilidade. Mesmo quando escolhemos fugir de algo, consciente ou inconscientemente, somos responsáveis por essa escolha. Se você escolhe delegar a responsabilidade para outra pessoa, essa responsabilidade é sua. Se você se recusa a encarar algo, isso é uma escolha sua. Parafraseando Jean-Paul Sartre, somos condenados a escolher.

Podemos evitá-lo a todo custo, mas o convite para que nos apropriemos da nossa escolha se faz o tempo todo, através da nossa vontade. "A gente não quer só comida", já diz a música dos Titãs. A gente está sempre querendo, desejando, almejando algo. É a vontade que nos impulsiona ao movimento da vida.

(Nascemos por causa do desejo de quem nos gerou, seja qual for a motivação.)

O ano de 2013 acabou, e com o nascimento de 2014 renovamos a nossa vontade de que algo aconteça. O que você almeja para este ano? 

Que tal começar o novo ciclo ampliando sua consciência para o que você tem vontade de realizar neste ano e, consequentemente, na sua vida?


Faça sua lista!

Em breve próximo passo do roteiro: Planejamento

Gisele Faria 
Psicoterapeuta (CRP 05/37984)
Terapeuta complementar

Atendimento com hora marcada:
(21) 8872-7799
Estrada de Jacarepaguá 7221 Sala 508 Freguesia RJ


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